LÍDERES, APRESENTEM-SE ! É MOMENTO DE UMA DAS GUERRAS QUE VALEM A PENA SEREM LUTADAS...
Muitos amigos e/ou conhecidos tenho "perdido" para o Suicídio e doenças, em muitos casos, de fundo psicossomático ou suas comorbidades, como AVC e enfarto, derivados muitas vezes de uma depressão maior ou ansiedades tóxicas, como Síndrome do Pânico, Síndrome de Burnout, entre outros (as), sendo que crise econômica, de propósitos de vida e de valores morais contribuem... Além destes, tantas "celebridades", com "tudo" o que podiam ter, seguem o mesmo caminho ao redor do mundo... E mais, jovens, muitos jovens adolescentes desistindo de viver, como filhos de amigos, filhos de amigos de amigos sendo enganados por tantas distrações da era da informação, como psicopatas por detrás de jogos com "Baleia Azul", etc, além do distanciamento da plenitude da união da família.. É uma epidemia silenciosa... Tudo isso tem me deixado muito introvertido e em estado de reflexão, me fazendo chutar para longe os limiares de minha zona de conforto, sempre em mutação, com viés de sair do Status Quo... Assim procuro estratégias para combater essa epidemia com as ferramentas que possuo enquanto ser humano, mesmo porque, eu mesmo já senti na pele o que é essa tal de Crise de Pânico e Depressão, que hoje vejo como divisores de água para que eu procurasse ir além quanto ao acolhimento ao próximo... Sim, Depressão não é "fraqueza", e Pânico não é "frescurites"...Só quem passou sabe... Pare de julgar, se sentindo o suprassumo... Já chegam os robôs que estão chegando, o que menos precisamos hoje são de pseudo-humanos insensíveis... Me lembro quando fui, 2012, meio que "esculachado" ao defender em um seminário na USP a "Teoria da Liderança Espiritual" (FRY, 2001). Eu até compreendo perfeitamente que em um ambiente com o rigor dos costumes daquela época, como a Engenharia, alguém chegar e falar de Deus, de fé, de compaixão, de espiritualidade, do amor ao próximo, fosse gerar mi mi mi, mas na verdade gerou um turbilhão de reações negativas que extrapolaram minhas expectativas, mas isso não me atingiu, porque eu tinha mais que um propósito, eu tinha a confiança nas minhas palavras, adquiridas pela experiência enquanto líder e liderado. Fry (2002) defende por meio desta teoria, muito o que hoje é visto como o ban ban ban em escolas de ponta, como Harvard: o conceito de "positivo", como a Psicologia Positiva, etc (primeiro a felicidade, em consequência, o sucesso!)... O pesquisador identificou enorme coesão de equipes quando elementos como motivação intrínseca, visão holística, esperança, fé e amor altruísta, espiritualidade no trabalho e sobrevivência espiritual eram disseminados nos ambientes organizacionais, e grupos sociais. Mesmo mediante a esculhambação que sofri por meio de preconceitos explícitos e implícitos derivado de meus argumentos, me mantive com firmeza de propósito e constância de caráter. O mais interessante é que 2 semanas após esse ocorrido, Nonaka e Tacheuchi (2011), dois dos principais pesquisadores a nível mundial em Gestão do Conhecimento e Liderança, com viesses humanista, enquadrando componentes, como por exemplo, do Zen, em seus artigos e pesquisas, lançam o texto "The Wiser Leader" (O Líder Sábio) pela Harvard Business Review (HBR), onde defendem a sabedoria prática, ou o que Aristóteles chamou de phronesis: conhecimento experiencial que permite que as pessoas façam julgamentos eticamente corretos. Os líderes sábios demonstram seis habilidades: (1) tomam decisões com base no que é bom para a organização e para a sociedade. (2) Eles rapidamente compreendem a essência de uma situação e compreendem a natureza e o significado das pessoas, coisas e eventos. (3) Eles fornecem contextos nos quais executivos e funcionários podem interagir para criar um novo significado. (4) Eles empregam metáforas e histórias para converter sua experiência em conhecimento tácito que outros podem usar. (5) Eles exercem poder político para unir as pessoas e estimulá-las a agir. (6) Eles usam aprendizado e orientação para cultivar sabedoria prática em outros. Claro que no dia de uma outra aula, no momento da demonstração dos avanços que eu estava obtendo na escrita de um artigo sobre Liderança, eu apresentei quase que em primeira mão essa publicação, que havia saído do forno a pouquíssimo tempo. O silêncio e espanto foi geral, e eu senti que pude contribuir com o começo de uma quebra de paradigma na Engenharia, uma pequena sementinha. A Engenharia de Produção da EESC/USP hoje adota métodos extremamente inovadores quanto à Gestão de Pessoas, da Informação e do Conhecimento (Professores, Estudantes, Funcionários, entre outros, todos envolvidos), utilizando conceitos que anos atrás eram paradigmas. Isso é fabuloso! Disciplinas com viés no trabalho em equipe e pensamento divergente, processos de ensino direcionados à aprendizagem, projetos integrados, etc... Não fui eu quem transformou nada, mas eu fiz minha parte, no momento certo, na medida certa, e isso pode ter contribuído com insights para uma mudança posterior, porque eu fui nessa linha de defesa das virtudes e da maximização da felicidade, até a conclusão do Doutorado. Dentro de nossas atribuições diárias, temos de encontrar maneiras de irmos além, independente de onde, ou com que você trabalha! Muitos professores estão nessa Vibe, e a evolução do ser humano estudante, tem sido visível. Propósitos de vida tem sido gerados nos estudantes, nas salas de aula e ambientes de aprendizagem, por meio da liderança ética dos Docentes, da Liderança Sábia, mesmo que ainda não saibam, e ajam por intuição. Isso é espetacular. É de conhecimento público a quantidade de estudantes sem direção, e na USP, nos últimos anos, a quantidade de alunos que cometeram suicídio, aumentou e muito. É o momento do resgate, do acolhimento, o que também tirará muitos professores de um estado de desânimo e desmotivação, porque a felicidade do próximo (estudante), reverte em felicidade e missão cumprida no próprio professor. Se essa visão se perpetuar, e os Professores do Ensino Superior se apropriarem de competências para identificar em seus "clientes" (ou "produtos"), os estudantes, sintomas de depressão, ansiedade, abuso de drogas, etc, cabe, sim, uma interferência, atuar como Coaching, como Mentor, levando esse cidadão ao autoconhecimento, por meio de estratégias para a confiança mútua, e superação de seus medos e inseguranças, motivando-os a irem além, na vida, nos estudos, na criatividade, na geração de propósitos de vida. Com os professores do ensino superior atuando com esse viés, talvez eu perca menos amigos para o suicídio, e meus amigos, e amigos dos amigos, não percam seus filhos, pois da atuação individual do Professor, o estudante expandirá sua consciência, enxergando a floresta que cresce, e não apenas a árvore caída. Mas, porque somente professores do Ensino Superior? É preciso disseminar a Idéia do Docente como Líder Ético e Autêntico em todos os níveis! E porque somente professores, mas não gestores de organizações diversas? E também é hora de cada um assumir, em seus afazeres, uma atitude de resgate do âmago da alma de seu próximo, independente do cargo. Chega de lamentar e comentar os acontecimentos caóticos do dia a dia e vamos à ação! Isso será fonte de vida a nós mesmos...e vida, essa palavra tão tênue, está tão em falta, tanto é que não é atoa o título deste artigo...Muitos não vivem, mas sobrevivem (quando conseguem), independente do Status, Poder, Dinheiro...Os valores estão muito alterados... Hoje os crachás definem as pessoas, não quem são e sentem de verdade... Cabe a cada um pesquisar as melhores práticas para se tornarem um agente transformador, gerando em si mesmo a felicidade que gerará no outro. Procurar alguém que, de fato, tenha o Know How, a Expertise, com pensamentos e ações plenas, empatia e compaixão em prol do próximo (que será você) como objetivo primordial, não pensando em um grau mais elevado, em acúmulos de "horas de coaching", é um começo ! Use o pensamento crítico e sua capacidade de identificar as reais motivações de quem você procurar, se precisar de ajuda...Seja sábio nas escolhas, por meio da intuição e da razão, e na humildade, que é o último degrau para esta... Não há felicidade maior em sentir a felicidade que podemos gerar no próximo, que assim gerará felicidade ao seu próximo, e assim por diante, como uma rede sem fim...Tem muito a ver com Sistemas Complexos, ou a influência de um agente integrador, em um grupo... Vamos agir como líderes, começando liderando a nós mesmos, dizendo: "a partir de agora eu vou ir para a guerra, com as armas do autoconhecimento, da inteligência emocional... vou buscar me capacitar...e vou vencer cada batalha que surgir em minha mente, até a vitória final sobre minhas vaidades e meu ego, permitindo-me resgatar ao meu próximo em seus momentos de sofrimento!" #Vamos avante! #Vamos vencer !
*Artigo em Homenagem aos Líderes Éticos Autênticos que ajudaram a transformar minha vida
Referências
FRY, L.W. Toward a theory of spiritual leadership. Leadership Quarterly, v.14, n.6, p.693-727, Dec. 2003.
NONAKA, I.; TAKEUCHI, H. The Wise leader: how CEOs can learn practical wisdom to help them do what's right for their companies - and society (The Big Idea). Harvard Business Review, Boston, v.89, n.5, p.58-67, May, 2011.
